Um misto de sentimentos... No limite do conhecimento científico nos sentimos impotentes diante da Inevitável. Quando todos os recursos se esgotam, Ela chega friamente. Todos se reúnem em torno de uma batalha. A adrenalina corre pelas veias de todos... enfermeiros, médicos, fisioterapeutas e paciente... mais massagem, mais outra dose de adrenalina em todos... já estão exaustos, o esforço é imenso... Sim! Massageamos um coração parado. Ele simplesmente parou, mas a batalha continua, pois é um coração jovem, são apenas 37 anos... coração de um pai... "Mais adrenalina!" E ela corre pelas veias de todos... saem pelos olhos, em gotas de frustração. Todos exaustos e agora decido também reanimar esse parado coração ... mas é difícil, a carga é pesada, não posso parar e sigo até a exaustão... Inútil! O pulso já não pulsa e o meu coração clama ao Criador por esse parado coração. É declarada a hora da despedida e a Morte leva mais um... Vivemos uma pandemia. Sim, é global! Já são milhares de despedidas e ainda não acabou...
Espinhos em Flor
Bela, doce e dura vida...
Que percepções você tem da vida? Qual o seu olhar? Ela pode ser do jeito que você desejar.....
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
sábado, 9 de maio de 2020
70x7
Jesus ressurreto e glorificado foi quem fez a pequena fogueira e assou peixes para seus amigos que estavam cansados após uma noite de trabalho. Chamou-os e ofereceu pão e peixe.
Não precisou falar muito. Todos ao redor da fogueira era o lugar mais aconchegante e o que aquecia o coração não era o fogo, mas o próprio Cristo.
Somente após a refeição, quando todos estavam saciados, Jesus tratou do assunto delicado do abandono. Mais importante que os problemas é estar juntos ao redor da fogueira. O relacionamento, a comunhão é a revelação que a vida vale mais que o erro. Então, Jesus traz à memória de Pedro que o amor é mais forte que o seu erro. Reafirma o amor 3x, pois Pedro precisava entender o que era 70x7.
terça-feira, 22 de maio de 2018
Encontros com a Alegria - Esperança
Em uma de nossas partilhas do grupo de apoio Celebrando a
recuperação, deveríamos falar sobre esperança, mas, inevitavelmente,
recordei-me de dias pesados e tristes. Deixe-me conta-los...
Por semanas um desejo persistiu na minha mente. Por tamanho
desespero, minha única vontade era sumir, caminhar até o túmulo de meu falecido
pai e lá me lançar e chorar. Como se fizesse dalí minha nova habitação. Morrer
sempre fora uma opção, mas não era opção matar, matar a mim mesma. Então, essa
lunática ideia de um túmulo de descanso, perto do meu pai a quem eu tanto me
assemelhava, seria o ponto final da triste história daqueles dias. Parecia que
assim me desligaria de todo ódio que me cercava. Deixaria para trás uma vida da
qual eu me envergonhava. Era tanta dor. Dor gerada por mim. Abandono. Amargura
e vazio.
Não me entreguei à loucura e fiz meu túmulo em minha cama.
Chorei todas as lágrimas. Lamentei todas as dores e descobri, finalmente, que
eu tenho um Pai vivo. Ele me abraçou e tudo que estava quebrado dentro de mim voltou
ao lugar. Ele me mostrou que às vezes perdemos, mas no final, Ele nos põe nos
ombros e nos chama mais que vencedores. Sabe aquele amor maior do mundo? Homem
algum pode jurar. Só Deus tem esse amor incondicional.
Por vezes, em meu leito de renascimento, acordei maravilhada
com a beleza da lua brilhando através da minha janela e ouvia ele me dizer que
era um presente para mim. Aquela luz enchia o quintal, entrava pela janela do
quarto e iluminava meu leito. Eu soube alí que não precisava de migalhas. Ele vinha
me presenteando com tamanha beleza. Outro dia, despertei com uma aurora cheia
da sua glória e seu resplendor novamente me visitou. Soube outra vez que me
amava e contemplei. Tantos presentes especiais. Novamente, pela janela do meu
quarto, então, me deparei com lindas flores e tive certeza: Deus me presenteou
com flores. C. S. Lewis chamaria isso de “encontros com a Alegria”. Não
precisamos esperar karentemente por presentes se não temos um homem ao nosso
lado. Entendi: Eu ganhei flores do meu grande amor e naquele dia eu me senti
honrada.
Chorar aos pés de um pai vivo me fez renascer. Ele tem me
dado mais do que mereço e eu posso sorrir, porque Ele me amou primeiro. Então,
se tenho que falar de esperança, lembro-me por onde caminhei e que Ele segurou
minha mão a cada passo.
terça-feira, 4 de julho de 2017
Solos de morte
Solos de morte – 04/06/2017
Um solo
cheio de morte é um solo fértil para o novo de Deus em nossas vidas. Uma terra
lavada e limpa é insípida, sem possibilidades de germinar boas sementes. Sem
nutrientes, sem minerais, sem a orgânica que permite a vida. Uma terra que
acolhe a morte de outras plantas, folhas secas, frutos caídos que apodrecem,
animais que se entregam ao leito do sepultamento para se desmanchar em
estruturas mais simples é uma terra de possibilidades. A morte do que foi vivo
fertiliza o solo para o recomeço do ciclo da vida. A morte, a perda do antigo,
o desfazer da vida é o que enche de possiblidades um solo antes fraco, mas
agora com um potencial de vida imenso. Um solo forte é gerado após a morte da
vida. Tantos insetos, bactérias, minhocas trabalharão para cooperar com o
desmanche da vida. Quebram cada molécula.
Nossos sonhos podem se esvair
diante de nós. Escorrer pelas mãos e tudo que vemos no chão são destroços do
que antes tinha algum vigor e era desejável. Até mesmos nós nos vemos no chão,
despedaçados, inúteis, quebrados e desconstruídos. Tantos podem cooperar como
agentes de destruição perto de nós. E ficamos imobilizados diante de tamanha
catástrofe. Estupefados, assustados e impotentes: a morte chegou. Sonhos
desfeitos, histórias destroçadas, vidas destruídas. Tudo em decomposição.
Deus olha e vê um solo fértil
para germinar sementes novas nessa história. Não é o fim. É o recomeço. Um novo
ciclo se inicia. A terra está adubada e tem potencial para boas sementes. Deus
prepara o solo. Minhocas, os instrumentos essenciais para o renovo, tão
desprezadas, insistem em criar um canal de aeração para que a vida de novas
raízes se estabeleçam e dessa vez de maneira profunda.
O Senhor
vem e manda a chuva da sua graça, que cai sobre justos e injustos, e o solo
está preparado. O Agricultor da vida lança sua semente boa, perfeita e
agradável. O ciclo da vida se reinicia.
Chore a morte. São lágrimas que
regarão as sementes do seu futuro.
E
quando menos se espera, o grão germina. O broto desponta seu verde brilhante.
Há esperança. O renovo está lançado. O tempo trará as flores. Flores nutridas
no solo da morte. Flores exuberantes que a todos admira. Alguns não entenderão,
mas o solo do sepultamento é o solo da beleza futura. Quem sabe da semente gere
uma frondosa árvore com flores, mas também com frutos, doces frutos do Espírito
de vida? Bons frutos atraem aves do céu, as acolhem e a vida vai se
multiplicando. Mas como da morte colhemos doces frutos? É a orgânica da vida. A
dor nutriu e possibilitou a geração do melhor em nós. Tudo se transforma na
plasticidade da vida. Árvore frondosa,
plantada junto ao Ribeiro, no tempo certo, prosperará.
terça-feira, 1 de novembro de 2016
O homem que quer seu corpo, mas não suas emoções nunca assumirá a responsabilidade de lhe fazer sua preciosa mulher.
Embora seja repetitivo o que vou dizer, direi assim mesmo.
Talvez o desabafo esteja preso na garganta ou na ponta língua, mas agora
escorre pelos dedos. Muitas mulheres não sabem exatamente como se amar, se
cuidar. Eu não sabia. Lançar-se em busca de afeto, cuidado, carinho, atenção,
abraço e amor nos faz vulneráveis a qualquer situação. Muitos homens não tem
interesse em manter sua dignidade e valor. Eles veem as oportunidades como um
brinde da vida e acolhem seu vazio por alguns instantes, sem permitir que eles se
afetem. Não se envolvem e não se importam. Não acolhem a mulher que merece ser
amada, mas um corpo a ser explorado. Qual a responsabilidade eles assumem sobre
seu vazio? O homem que quer seu corpo, mas não suas emoções nunca assumirá a
responsabilidade de lhe fazer sua preciosa mulher. Esse escrito não trata das
mulheres super poderosas, nem das modeladas para reinar, nem das empoderadas.
Escrevo pras que choram sozinhas à noite depois do abandono dos seus corpos e
do desprezo alheio por suas emoções. Talvez na construção da minha ou da sua
história, nós não tenhamos aprendido a não nos meter em ciladas que só nos destroem.
Qualquer migalha de atenção parece ser um banquete. Qualquer veneno em um
pequeno belo frasco de perfume nos encanta. São verdadeiras miragens de um
oásis em um deserto da alma. Carência afetiva não se trata com amor dos outros.
Carência se trata com amor próprio. Com uma pitada de inteligência. Olhe pro
que está na sua frente e pense uma, duas, três, mil vezes quais as variáveis
estão envolvidas naquela situação. Pense em como você já se deu mal outras
vezes. Pense qual o futuro inevitável daquela circunstância. E não se trata de
uma perspectiva negativa, mas realista, pois não vivemos no mundo dos filmes de
final feliz. Não, não existe príncipe. Aquele defeito insuportável no carinha
não vai melhorar com o tempo. Não alimente fantasias. Acumular feridas e
cicatrizes ao longo da vida não te faz uma mulher experiente. Mas avaliar
riscos e recuar é exercer sabedoria. Não se submeta a situações que lhe impõem se
isso lhe faz se sentir mal. Se proteger de pequenos abusos é se amar. Aquele
cara que diz: “pra ficar comigo é assim” não vai lhe valorizar e lhe dar um
retorno positivo. E digo retorno porque amar é uma via de mão dupla. Amar
sozinha é se violentar em nome de alguém que não te dar o valor merecido. Descubra
o que é importante pra você e valorize. Aceitar-se como alguém de valor lhe
torna mais interessante. Como um perfume no ar que não vemos, mas sentimos um
aroma agradável. Esses dias ouvi algo muito verdadeiro: “Não se apaixone por um
homem que queira ser interessante, mas por um que ache você a mais interessante
das mulheres.”
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
O sacrifício sou eu...
Só quem já sacrificou seu Isaque sabe o significa de perder.
O ganhar, nem sempre vem instantaneamente feito um passo de mágica. Plim! Eis o
fruto do sacrifício. Não estamos em um jogo em que há a troca obrigatória: Deus!
Tá aqui meu sacrifício! Dá-me AGORA meu prêmio! Como se o fato de nós darmos
algo a Deus o intimida a nos devolver algo.
Sacrifícios, por vezes, são atos voluntários. Escolha de
quem sabe o que quer e para onde vai. Uma trilha com propósito torna o indivíduo
ciente do que deve levar em sua bagagem. A escolha minuciosa do que deve ser
fundamental para alcançar o prêmio da soberana vocação em Cristo.
Alguns momentos, criamos nosso objeto de desejo, de
idolatria, nosso tesouro, nossa pérola intocável. Amamos de tal forma, com
tanto zelo e empenho! E, no final, superestimamos o que era passageiro.
Trocamos o Valor pelo efêmero. Damos o valor indevido às coisas e às pessoas. Como
pedir a uma árvore para me abraçar? Árvores não abraçam... Como desejar que
água me alimente, ou pão de me hidrate?
Árvores, pão e água nos são fundamentais, mas cada uma tem sua devida função.
Então, quem tem sido de maneira distorcida nosso objeto de amor profundo? A
pergunta final é quem ou o que tem sido o deus que te move?
Essa idolatria por um deus criado que não se move em nada
por nossas vidas é o objeto de sacrifício que só uma análise franca da
consciência pode revelar.
Pra seguir o trilho de conhecer Cristo face a face, esse
deus tem que morrer.
Pra seguir o trilho e conhecer Cristo face a face, tem que abrir
mão da maldade dos olhos, da boca, do coração. Sim, os que sonham em ser limpos
de coração dizem: O sacrifício sou eu...
E não estou falando da onda de abrir mão do refri, do
chocolate... esse sacrifício não te purifica os olhos, a boca e o coração. Esse
sacrifício não te traz renovação da mente. Esse sacrifício não se compara a
tomar a sua cruz e seguir O Crucificado. Não tomar o refri jamais se igualaria
ao sacrifício de tomar seu sangue.
Sacrifique-se pela verdade e pelo Verdadeiro. Coma a carne
de Cristo, coma o pão junto dos excluídos. Beba o sangue de Cristo, beba o
vinho junto dos odiados. Leve a cruz de Cristo e sustente a cruz do condenado.
Ele se fez maldição por mim e eu, ao menos, vou abraçar os amaldiçoados? No
vitupério da cruz, Jesus sofreu todo abuso ao qual um homem pode ser submetido.
Meninas, meninos! Ainda que ninguém esteja junto da sua vergonha, ele conhece
as profundezas da escuridão do abuso.
Ele foi e é tudo por nós...
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Eu e o Tempo
“Se te fadigas com os que vão a
pé, como poderás competir com os que vão a cavalo?” Jeremias 12.5
Nossa relação, eu, Chronos e Kairós,
sempre conflituosa, como bem relatada há alguns anos, me deixa perplexa como se
diante do caminho que a água abre sobre rocha. Obviamente, longe de mim um relato
de profunda sabedoria e conselhos sensatos. Minha busca pelos louros da
centralidade minguou diante da “insatisfação geral da nação”. Minhas constatações
são expressas numa tentativa de expor à luz transformações e adaptações, para,
assim, conhecer a mim mesma e, sem máscaras, deixar-me ser conhecida. Afinal,
quem quer ser uma ilha, não é filha do Reino. Algumas palavras destituídas de
sentido aparente, podem se tornar enfadonhas, mas sinais e símbolos são
necessários diante da impossibilidade de explicações prévias. Nunca esgote o
outro. Alguns infinitos são maiores.
Diante de um fim de adolescência
tardia, com etapas queimadas, puladas, atropeladas, precisei de um tratamento
de “eletrochoque” para perceber rumos destrutivos de uma vida irresponsável,
apesar de um caminho reto aos meus olhos, mas que o fim era a morte.
Até os 25 anos eu achava que ainda
ia viver tudo que sonhei... aquela percepção adolescente que o tempo é uma
eternidade e o vigor é perpétuo. Aprender a nadar nessa idade nos enche de uma
energia positiva! Somos capazes!
Após os 26, pensei: tenho que
fazer ballet! Vi-me sem dinheiro e com tempo disponível, ou depois sem tempo,
apesar de ter alguns trocados... As prioridades nos impedem de desfrutar o que
pode tornar doce e leve o nosso dia.
Com 27 anos, percebi que existem
ciclos que iniciam e podem terminar... fogo que arde sem se ver. Eterno
enquanto dura, posto que é chama. Sim, ele apaga. Só o amor Ágape pode se
gloriar de que nem muitas águas podem lhe afogar. Nada é mais importante na
nossa vida que nós mesmos, nossa história, nossa família, nossos amigos, nossa
identidade... Não há coleira de dedo que faça juras de amor eterno se imortalizar.
Ninguém é obrigado a NADA! O que recebemos é dádiva! Então, Ame-se! Aí, quem
sabe, você consiga amar alguém de maneira decente.
Aos 28, entendi que há um tempo
que passa e NUNCA mais volta... e que bom que passa! E que nunca volte! Pois
dor que rumina e fermenta, apodrece! Superar a dor é olhar para cicatriz e ver
um troféu! Mas o tempo que não volta, leva embora também pessoas que você ama e
já não tem mais... Dias de sol na praia que nunca mais serão, dias de café no
fim da tarde, agora nostalgia... Almoços em família são memórias barulhentas e
felizes.
Aos 29, descobri que para viver
BEM, é preciso pouco, muito pouco, mas principalmente, é preciso coragem e boa
vontade! Não há como deixar as escolhas e possibilidades entregues ao acaso, de
maneira passiva e paciente e esperar se dar bem no final. Ser agente de autotransformação
requer humildade, requer paciência, requer alvo, pois sei que vou errar em
meios às tentativas. Preciso saber que minha plasticidade me permite juntar
meus cacos, meus trapos e me reinventar apesar de mim. E nessa caminhada,
preciso saber onde quero chegar. Porque posso me perder, me cansar, estacionar,
retroceder, mas sempre devo relembrar qual o meu ALVO. Daí, foco, fé e força,
tornam possível o que muitos consideraram um problema sem jeito, um problema
sem solução.
Esse aprender a viver bem é minha
prece diante do Mestre. Quando pensamos que não pode piorar nossa vida,
conseguimos cavar túmulos mais fundos para nós mesmos. Cansada de cavar cisternas
rotas, volto sempre ao Rio que flui do trono da graça, para beber da Fonte, a
fim de conhecer qual a rota para uma jornada que brilhe até ser dia perfeito...
Investir em si mesmo é, antes de
tudo, querer ser feliz.
Desfrute com qualidade sua vida,
mantenha focos e objetivos e nunca acredite na voz que quer lhe fazer
desistir...
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