Que percepções você tem da vida? Qual o seu olhar? Ela pode ser do jeito que você desejar.....

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Eu e o Tempo






“Se te fadigas com os que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo?” Jeremias 12.5



Nossa relação, eu, Chronos e Kairós, sempre conflituosa, como bem relatada há alguns anos, me deixa perplexa como se diante do caminho que a água abre sobre rocha. Obviamente, longe de mim um relato de profunda sabedoria e conselhos sensatos. Minha busca pelos louros da centralidade minguou diante da “insatisfação geral da nação”. Minhas constatações são expressas numa tentativa de expor à luz transformações e adaptações, para, assim, conhecer a mim mesma e, sem máscaras, deixar-me ser conhecida. Afinal, quem quer ser uma ilha, não é filha do Reino. Algumas palavras destituídas de sentido aparente, podem se tornar enfadonhas, mas sinais e símbolos são necessários diante da impossibilidade de explicações prévias. Nunca esgote o outro. Alguns infinitos são maiores.

Diante de um fim de adolescência tardia, com etapas queimadas, puladas, atropeladas, precisei de um tratamento de “eletrochoque” para perceber rumos destrutivos de uma vida irresponsável, apesar de um caminho reto aos meus olhos, mas que o fim era a morte.

Até os 25 anos eu achava que ainda ia viver tudo que sonhei... aquela percepção adolescente que o tempo é uma eternidade e o vigor é perpétuo. Aprender a nadar nessa idade nos enche de uma energia positiva! Somos capazes!

Após os 26, pensei: tenho que fazer ballet! Vi-me sem dinheiro e com tempo disponível, ou depois sem tempo, apesar de ter alguns trocados... As prioridades nos impedem de desfrutar o que pode tornar doce e leve o nosso dia.

Com 27 anos, percebi que existem ciclos que iniciam e podem terminar... fogo que arde sem se ver. Eterno enquanto dura, posto que é chama. Sim, ele apaga. Só o amor Ágape pode se gloriar de que nem muitas águas podem lhe afogar. Nada é mais importante na nossa vida que nós mesmos, nossa história, nossa família, nossos amigos, nossa identidade... Não há coleira de dedo que faça juras de amor eterno se imortalizar. Ninguém é obrigado a NADA! O que recebemos é dádiva! Então, Ame-se! Aí, quem sabe, você consiga amar alguém de maneira decente.

Aos 28, entendi que há um tempo que passa e NUNCA mais volta... e que bom que passa! E que nunca volte! Pois dor que rumina e fermenta, apodrece! Superar a dor é olhar para cicatriz e ver um troféu! Mas o tempo que não volta, leva embora também pessoas que você ama e já não tem mais... Dias de sol na praia que nunca mais serão, dias de café no fim da tarde, agora nostalgia... Almoços em família são memórias barulhentas e felizes.

Aos 29, descobri que para viver BEM, é preciso pouco, muito pouco, mas principalmente, é preciso coragem e boa vontade! Não há como deixar as escolhas e possibilidades entregues ao acaso, de maneira passiva e paciente e esperar se dar bem no final. Ser agente de autotransformação requer humildade, requer paciência, requer alvo, pois sei que vou errar em meios às tentativas. Preciso saber que minha plasticidade me permite juntar meus cacos, meus trapos e me reinventar apesar de mim. E nessa caminhada, preciso saber onde quero chegar. Porque posso me perder, me cansar, estacionar, retroceder, mas sempre devo relembrar qual o meu ALVO. Daí, foco, fé e força, tornam possível o que muitos consideraram um problema sem jeito, um problema sem solução.

Esse aprender a viver bem é minha prece diante do Mestre. Quando pensamos que não pode piorar nossa vida, conseguimos cavar túmulos mais fundos para nós mesmos. Cansada de cavar cisternas rotas, volto sempre ao Rio que flui do trono da graça, para beber da Fonte, a fim de conhecer qual a rota para uma jornada que brilhe até ser dia perfeito...

Investir em si mesmo é, antes de tudo, querer ser feliz.

Desfrute com qualidade sua vida, mantenha focos e objetivos e nunca acredite na voz que quer lhe fazer desistir...